Por Marília Marques, G1 DF
Mais
de 4,7 mil hectares de área destinada à preservação de animais e
plantas do cerrado foram consumidos pelo fogo nos últimos quatro
dias no Distrito Federal. A área devastada entre a última
segunda-feira (28) e esta quinta (31), corresponde a 11% do Parque
Nacional de Brasília. Na Floresta Nacional (Flona), os incêndios
destruiram 68 hectares de mata.
A
área atingida pelo fogo pode ser comparada a 4,7 mil campos de
futebol. Segundo o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio),
órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente responsável pela
criação das Unidades de Conservação (UC), a vegetação
queimada só esta semana
é
maior do que toda mata atingida entre janeiro e agosto do ano passado
– meses de seca na região.
Procurado,
o Corpo de Bombeiros do DF informou que possui 28 carros destinados
ao combate a incêndios florestais, além de duas aeronaves com
capacidade para armazenagem de 3,1 mil litros de água e um
helicóptero para o transporte dos militares.
Segundo
o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Glauber de La Fuente, o
número de aeronaves é suficiente. O problema é que elas usam as
mesmas pistas dos aviões comerciais do Aeroporto Internacional de
Brasília e, muitas vezes, precisam entrar na fila de espera para
decolar.
"Nossa
necessidade não é a quantidade, mas a eficiência. Nossa aeronave é
de prioridade porque trata-se de segurança pública, mas acaba que
demora um pouco mais para sair.”
Procurada
a Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pelo controle do
tráfego aéreo, informou que a legislação da aeronáutica não
prevê prioridade de decolagem em caso de aviões de combate a
incêndio, mas os controladores trabalham com "bom senso".
"O
movimento nas duas pistas que operam com pouso e decolagem
simultânea, é intenso, mas o controle [de tráfego aéreo] tenta,
na medida do possível, agilizar."
Flona
e Parque Nacional
A
Flona, criada em 1999, tem 9,3 mil hectares e perdeu 68 hectares em
três dias. Já o Parque Nacional, criado há 56 anos, tem 42 mil
hectares sendo que 3,5 mil foram queimados entre terça e
quinta-feira dessa semana.
Para
o diretor de criação e manejo de unidades de conservação do
ICMBio Paulo Carneiro, as duas reservas têm “grande importância
biológica”, principalmente no que se refere ao abastecimento de
água no Distrito Federal.
“Essas
áreas são remanescentes e abrigam várias espécies de vegetais e
animais ameaçados de extinção, como o lobo-guará, a onça parda e
o tamanduá-bandeira. Além de abrigar a nascente de água que
abastece o sistema Santa Maria – Torto.”
Uso
de outros aviões
De
acordo os bombeiros, as estratégias traçadas para as operações de
combate aos incêndios florestais no DF são eficientes. Mesmo com a
combinação de altas temperaturas, baixa umidade e a rapidez de
propagação do fogo, não há necessidade de pedir reforço a outras
aeronaves de apoio, como o avião Hércules da Força Aérea
Brasileira.
Apesar
do modelo da FAB permitir a acoplagem de até cinco tanques de água,
com capacidade total de 10,4 mil litros – contra 3,1 mil litros das
aeronaves dos bombeiros – os militares do DF afirmam que o Hércules
não é o melhor modelo para combater incêndios em vegetações de
cerrado.
"O
avião voa em altitudes maiores e é de grande porte, o que
dificultaria as manobras."
Segundo
o Corpo de Bombeiros, a última vez que o governo de Brasília
solicitou apoio da FAB foi em 2011
Leia também: VEÍCULO CAPOTA E DEIXA UMA PESSOA FERIDA PRÓXIMO A ÁREA ALFA
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