Sete
organizações de catadores de material reciclável assinaram, nesta
terça-feira (16), os contratos
para trabalhar nos galpões de triagem alugados pelo governo de
Brasília.
O ato ocorreu em solenidade no galpão de Ceilândia, com a
participação do governador Rodrigo Rollemberg.
A
ocupação de galpões de triagem por catadores faz parte das medidas
do governo para desativar o aterro controlado do Jóquei, conhecido
como lixão da Estrutural.
Os
cinco galpões ficam nos Setores de Indústria e Abastecimento (SIA)
e Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), no Setor de
Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN) e em Ceilândia.
“Tenho
a convicção de que, ao assinar os contratos, daremos um passo
fundamental e histórico para colocar Brasília em um novo patamar da
civilização”, disse Rollemberg.
Ele
ressaltou que todo o processo de fechamento do lixão está sendo
feito com a participação dos catadores de materiais recicláveis
por meio do diálogo. “Nunca me conformei em ver milhares de
pessoas tirando seu sustento de forma inadequada, nunca me conformei
de, na capital do País, termos o segundo maior lixão do mundo.”
As oito organizações foram selecionadas por chamamento. São elas:
-
Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis e Reutilizáveis Ambiental (Coopere)
-
Cooperativa de Reciclagem, Trabalho e Produção (Cortrap)
-
Cooperativa de Trabalho de Reciclagem Ambiental (Construir)
-
Cooperativa de Reciclagem Ambiental da Cidade Estrutural (Coorace)
-
Cooperativa de Trabalho e de Materiais Reciclados e de Educação Ambiental Nova Esperança (Coopernoes)
-
Cooperlimpo de Catadores do Brasil
-
Cooperativa de Reciclagem Ambiental (Plasferro)
-
Associação dos Ambientalistas da Vila Estrutural-DF (Ambiente)
Na
solenidade de hoje, o funcionamento de uma das esteiras de trabalho
dos catadores simbolizou a entrega de 793
equipamentos que auxiliarão os trabalhadores.
São
balanças eletrônicas e mecânicas, empilhadeiras, carros cuba,
carros plataforma, giricas, paleteiras, enxadas, rastelos, pás,
forcados e contêineres, além de esteiras de 15, 20 e 25 metros, a
serem distribuídas nos cinco galpões alugados.
Com
a desativação do lixão, programada
para sábado (20),
o governo vai estabelecer a destinação do terreno. “Vamos estudar
e definir o que cabe na área. Existem várias alternativas para
ocupar o espaço, como a instalação de um parque de captação de
energia solar, mas vamos analisar o que vai ser uma destinação
adequada para aquele local”, disse o chefe do Executivo local.
A
diretora-presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Kátia
Campos, destacou a importância da inclusão dos catadores no
processo de encerramento do lixão e classificou este como um momento
em que os benefícios não são apenas dos catadores, mas de toda a
população.
“O
Brasil ganha ao enfrentar o que é hoje considerado um dos mais
graves problemas ambientais urbanos do País. A solução pressupõe
uma mudança de paradigma.”
“[O
lixão da Estrutural] imperou soberano por décadas na capital do
maior país do continente sul-americano e agora encerra as atividades
poluidoras. A partir disso, deverá ser dado início a um novo
período para a recuperação dos prejuízos social e ambiental por
ele causados”, disse Kátia Campos.
Compensação
financeira temporária
Como
forma de compensar os catadores pela redução da demanda de resíduos
devido à desativação gradual do lixão, os profissionais
cadastrados das cooperativas que trabalharem nos galpões terão
direito a uma compensação
financeira temporária de R$ 360,75.
Além
do que receberão pela venda do material reciclável, o governo
pagará às cooperativas até R$
350 por tonelada triada.
As remunerações serão de R$ 250 (para aproveitamento de até 40%
dos resíduos separados); de R$ 300 (de 40% a 70%); e de R$ 350 (para
mais de 70%).
Essa
regra também vale para as cooperativas contratadas em julho de 2017
para os serviços de recuperação de resíduos sólidos (recepção,
triagem, prensagem, enfardamento, armazenamento e comercialização).
Das nove contratadas naquela época, três tiveram os contratos
reassinados nesta terça-feira para o reajuste do valor.
De
acordo com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), os contratos das
outras seis serão reassinados posteriormente.
CATADORES
ASSUMEM A COLETA SELETIVA EM DEZ REGIÕES
Ainda
nesta terça, foram assinados contratos para que sete cooperativas de
catadores prestem os serviços de coleta
seletiva em
dez regiões do DF.
O
trabalho será feito no Cruzeiro, no Itapoã, no Lago Norte, no Lago
Sul, no Paranoá, no Riacho Fundo I, no Riacho Fundo II, em São
Sebastião, em Sobradinho e no Varjão.
A coleta
seletiva ocorrerá no mínimo duas vezes por semana em
residências e comércios, em dias e turnos preferencialmente
contrários ao serviço convencional. A previsão é que as
cooperativas iniciem os trabalhos até fevereiro deste ano.
No
caso do Lago Norte, o serviço já é feito no Centro de Atividades
(CA) por empresa contratada pelo SLU e deve ser expandido para as
quadras QI e QL com as cooperativas.
No
Cruzeiro Novo, as prestadoras do serviço manterão a coleta
seletiva, e no Cruzeiro Velho as organizações de catadores
assumirão os trabalhos.
O
valor, pago de acordo com o lote, varia de R$ 803,50 a R$ 865,40 por
viagem. Entre os deveres das contratadas está a responsabilidade
pelas obrigações trabalhistas, sociais, previdenciárias,
tributárias e demais previstas em legislação, além do compromisso
de orientar a população a respeito da separação dos resíduos e
dos horários da coleta.
Os
contratos têm vigência de 12 meses, podendo ser prorrogados por
igual período, até 60 meses.
Fonte: Agência Brasília
Leia também: A VERDADEIRA OPOSIÇÃO A RODRIGO ROLLEMBERG, “ RAIMUNDO RIBEIRO
Fonte: Agência Brasília
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