Por
Eumano Silva
Em
entrevista, presidente eleito demonstrou interesse em melhorar
diálogo com Congresso e apelou pelo apoio dos brasileiros, “sem
exceção”
O
presidente eleito, Jair
Bolsonaro,
disse neste sábado (10/11) que, se já tivesse assumido o Palácio
do Planalto, vetaria o reajuste
salarial do Poder Judiciário aprovado
pelo Senado na última quarta-feira. A declaração foi dada durante
entrevista para a TV Record.
“Não
tem outro caminho no meu entender. Até por essa questão de dar o
exemplo. Antes da votação eu falei que era inoportuno”, respondeu
o ex-capitão ao ser perguntado se vetaria o aumento de 16% previsto
no projeto de lei votado pelos senadores. “Afinal de contas, é a
classe que mais ganha no Brasil, a melhor aquinhoada”, declarou.
Na
entrevista, divulgada pela conta de Bolsonaro no Twitter,
ele afirmou também que a responsabilidade pela apreciação do
reajuste salarial é do presidente Michel Temer: “Se
eu fosse o presidente da República, eu procuraria o presidente do
Senado para que o projeto não entrasse na pauta. Já que entrou, se
o governo Temer quiser, pela lei da responsabilidade fiscal, ele pode
vetar esse reajuste”.
Sobre
a reforma da previdência, o presidente eleito lembrou que, por causa
da intervenção federal no estado do Rio de Janeiro, não será
possível fazer mudanças que dependam de emendas constitucionais. A
legislação impede a aprovação de alterações na Carta Magna
nessas circunstâncias.
A
saída, então, será mexer apenas na legislação
infraconstitucional. Mas Bolsonaro não esclareceu que tipo de
reforma pretende propor para a previdência. Limitou-se a declarar
que cumprirá os compromissos já firmados. “Temos
contratos, essas pessoas começaram a trabalhar lá atrás, ou já
trabalharam, e você tem de cumpri-los senão perde sua
credibilidade”, disse.
Uma
das saídas apresentadas pelo presidente eleito é o aumento da
entrada de dinheiro no caixa, mas elevação de impostos. Segundo o
futuro sucessor de Michel Temer, o economista Paulo Guedes,
responsável pela área econômica de sua equipe ministerial, esse
incremento será obtido com a abertura gradativa, com redução de
impostos.
Em
alguns momentos da entrevista, Bolsonaro demonstrou interesse em
melhorar a relação com o Congresso. A falta de diálogo contribuiu
para votação pelo Senado do reajuste do Judiciário. A decisão foi
influenciada, também, por uma declaração de Paulo Guedes, futuro
ministro da área econômica, de que o Legislativo precisava de uma
“prensa” para aprovar a reforma da Previdência.
Sobre
o Congresso, ele disse ainda que vai evitar o toma-lá-dá-cá dos
últimos governos. Para isso, avalia, deve evitar derrotas em
votações para evitar as práticas da velha política. O objetivo,
afirmou, é ganhar a simpatia não apenas da população, mas também
do Parlamento.
Por
fim, o presidente eleito apelou para o apoio de todos os
brasileiros, “sem
exceção”, aos
projetos importantes para melhorar a economia do país: “Estamos
todos no mesmo barco. Eu, você e quem está nos assistindo”.
Fonte:
Metrópoles
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