Por Bruna Pieri
Parlamentares que questionaram o processo eleitoral do último dia 15 de novembro serão investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por terem feito uma suposta “campanha de desinformação” contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em despacho datado de sexta-feira, 20, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, encaminhou à PGR uma representação recebida da ONG SaferNet Brasil, sobre a suposta “campanha de desinformação” e o “ataque cibernético” sofrido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no primeiro turno das eleições municipais.
O documento, de acordo com o MPF, “foi elaborado após a constatação de que a narrativa apresentada pela ONG revela indícios da prática de delitos de natureza criminal e não eleitoral”.
Também considera o fato de terem sido mencionados nomes de parlamentares que, por lei, devem ser processados e julgados no Supremo Tribunal Federal (STF).
“No último dia 15, data do primeiro turno das eleições, foram registrados disparos massivos contra o sistema da Corte Eleitoral e noticiado o vazamento de dados antigos de ex-ministros e ex-funcionários, com o intuito de desacreditar o processo eleitoral”, informou o MPF.
“As informações foram encaminhadas pela SaferNet à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), como fruto de parceria firmada entre as duas instituições, para monitorar e combater o fenômeno da desinformação relacionada às eleições”, acrescenta a nota.
A documentação é proveniente de uma denúncia anônima recebida na Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos e do monitoramento realizado pela ONG SaferNet nas redes sociais no dia da eleição.
De acordo com o Estadão, quatro deputados são citados no despacho de Brill de Góes: Filipe Barros (PSL-PR), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).
Os deputados Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis se manifestaram nas redes sociais sobre o despacho que envolve seus nomes:
Ser investigado por contestar o processo eleitoral e ser acusado pela imprensa de ligação a ataque hacker ao TSE sem nenhuma prova confirma: vivemos uma democracia de mentira.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 23, 2020
Se isso ocorre com um deputado, que tem imunidade parlamentar, o que dizer do povo sem imunidade?
https://t.co/RYqiJIhBp7 Campanha de desinformação? Exercer meu mandato p/ propor voto impresso a fim de dar segurança ao sistema e permitir auditagem é desinformação? Querem nos calar e rasgar os votos de meus eleitores?
— Bia Kicis (@Biakicis) November 22, 2020
Fonte: Terça Livre
4 Comentários
Isso é um verdadeiro absurdo. A justiça brasileira está sem controle. Estamos vivendo uma ditadura jurídica sem precedentes. Eu defendo uma intervenção no judiciário urgente.
ResponderExcluirConcordo plenamente.
ResponderExcluirSim é o desejo do povo brasileiro.
ResponderExcluirÉ um absurdo! Querem calar e caçar parlamentares que verdadeiramente se alinham com os anseios do povo brasileiro. Está tudo dominado pelos comunas! A Constituição foi feita para que o STF tivesse superpoderes para serem usados caso algum conservador fosse eleito, o que ocorreu com Bolsonaro... Vergonha!
ResponderExcluirObrigado pela sugestão.