Por Caio Silveira
Segundo ministro do STF, objetivo do grupo foi demonstrar fragilidade do sistema eleitoral. Dados sigilosos foram obtidos pelo hacker ou grupo de hackers no dia das eleições.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que também ocupa o cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), culpou o que ele chamou de “milícias digitais” de se aproveitarem do ataque hacker sofrido pelo TSE nas eleições municipais do último domingo (15). A afirmação foi feita em entrevista nesta segunda-feira (17), mas o ministro não apresentou provas.
No domingo, dados com mais de dez anos e sigilosos do TSE sobre ex-ministros e ex-funcionários do tribunal foram vazados na internet após um ataque cibernético. De acordo com o ministro, foram realizados ataques massivos do Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia.
“Assim que eles [os dados] foram vazados, milícias digitais entraram imediatamente em ação tentando desacreditar o sistema. Há suspeita de articulação de grupos extremistas, que se empenham em desacreditar as instituições, clamam pela volta da ditadura. E muitos deles são investigados pelo Supremo Tribunal Federal”, declarou.
O ministro também não comentou se as “milícias digitais” se referem a usuários anônimos, jornalistas e (ou?) grupos das redes sociais que são investigados nos inquéritos 4781 (fake news) e 4828 (atos antidemocráticos) – inquéritos em que a vítima, investigador e o acusador são o próprio STF são duramente criticados por juristas e especialistas.O ministro nega que o ataque possa ter interferido na contagem de votos ou ter causado algum tipo de fraude. Ele alegou que as mais de duas horas de atraso para divulgação da contagem se deve a pandemia do coronavírus. Isso porque uma máquina comprada pelo TSE que faria a contagem demorou a ser entregue ao tribunal, por causa do coronavírus, o que impediu que funcionários do tribunal fizessem todos os testes necessários. “A inteligência artificial do equipamento demorou a realizar o aprendizado para processar os dados no volume e velocidade com que chegavam. Daí sua lentidão e travamento que exigiu que a totalização fosse interrompida e reiniciada”, explicou Barroso.
Ainda segundo ele, a Polícia Federal investigará a relação das chamadas “milícias digitais” com o ataque cibernético, depois de expor o caso ao delegado Rolando Alexandre de Souza. “Pedi a ele a investigação que se justifica nesse caso, uma investigação séria e ampla”, afirmou.
Fonte: Estudo Sociais
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