A
audiência pública promovida pelo presidente da Comissão de
Fiscalização, Governança, Transparência e Controle da Câmara
Legislativa (CFGTC), Rodrigo Delmasso, realizada nesta quinta-feira
(7), no plenário da Casa, revelou bem mais que o Relatório da
Gestão da Secretaria de Saúde referente ao 3° Quadrimestre de
2015. O evento serviu de palco para evidenciar aqueles que defendem a
implantação das organizações sociais e, pior ainda, culpam os
servidores pelos problemas no atendimento ao paciente. De um lado, o
secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e do outro, o deputado
distrital Roosevelt Vilela.
Questionado
pelo deputado Chico Leite sobre o projeto das OSs, Fonseca enalteceu
as organizações como uma possível solução. “O que eu entendo é
que a gente tem que ter um novo modelo de assistência à saúde.
Esse modelo passa por metas e resultados, mas nós temos limitações
(Lei de Responsabilidade Fiscal). Eu entendo que a presença da
gestão por OS contribui de forma complementar e, mantendo todos os
controles do Estado, possa nos ajudar a fazer isso”, opinou. O
secretário disse que não quer antecipar o debate que deverá ser
feito com a Câmara, entidades sindicais e população, mas deixou
clara sua inclinação favorável à implantação. “Lado a lado,
iniciativa privada e administração direta, temos contribuições
para dar um ao outro”.
A
presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, fez duras críticas à
gestão das organizações sociais a qual classificou como mais um
tipo de terceirização. “Não me venha dizer que no Distrito
Federal não tivemos exemplo disso porque já tivemos sim. Em Santa
Maria (Sociedade Real Espanhola), um fracasso que até hoje existem
sequelas. Nos institutos Zerbini e Candango até os funcionários
foram largados”, lembrou. “Se OS fosse tão bom, Goiás não
faria tanta pressão nos nossos hospitais”, completou.
O
distrital, suplente de Joe Valle, Roosevelt Vilela demonstrou
irritação com a fala da presidente e chegou a acusar os servidores
da saúde pelo caos nos hospitais. “O servidor público tem que
vincular o salário dele ao trabalho. O que eu vejo é uma
desvinculação, ele passa no concurso público e ele fala: Não,
isso é uma herança que eu ganhei, vitalícia. Não vai ter que
trabalhar não? Ah, trabalhar é outra situação”, ironizou o
parlamentar.
Berçário
e UCIN do HRG desfalcada
A
presidente citou ainda a situação da o berçário e o UCIN (Unidade
de Cuidados Intermediários) do Hospital Regional do Gama (HRG) que
teve mobiliário, servidores e pacientes transferidos para o Hospital
Regional de Santa Maria (HRSM), fragmentando o atendimento. “Foi
uma maquiagem para inaugurar algo que sequer é novo. O HRG é um
Hospital Amigo da Criança, tenho 32 anos da minha vida dedicados
àquele lugar e vi crescer esse projeto com profissionais
comprometidos. Agora quem precisa de incubadora tem que ser levado
para Santa Maria e nessas horas o tempo conta muito”. O secretário
negou a situação.
O
presidente da AMBr (Associação Médica de Brasília), Luciano
Gonçalves, também não concorda com a terceirização. “Não
podemos nunca fazer a terceirização, a descolagem da minha
responsabilidade como médico, colando em outros setores que possam
justificar aquilo que não é possível operar”, disse.
Fonte:
SINDSAÚDE-DF/INFORME/REDAÇÃO – 08/04/2016
2 Comentários
Esse deputado é pau mandado o Governador, sua política é satisfazer as vontades do executivo local.
ResponderExcluirÉ lamentável ouvir isso de um parlamentar, seja ele ou não um pseudo-representante de qualquer categoria. Espero que ele reveja sua postura e peça desculpas na tribuna da Câmara pelas ofensas feitas aos profissionais de saúde. Eu trabalhei 30 anos no Corpo de Bombeiros do DF, e durante minha carreira, nunca precisei prender ou repreender nenhum profissional da área de saúde, para que o mesmo atendesse um paciente. Os servidores públicos, devem trabalhar juntos para melhor atender a comunidade, e nunca entrar em conflitos que não levam a lugar nenhum.
ResponderExcluirObrigado pela sugestão.