O
governo do Distrito Federal deve seguir impedido de contratar novos
servidores e dar reajuste salarial ao funcionalismo público, pelo
menos, até o fim deste ano. A informação foi adiantada pelo
governador Rodrigo Rollemberg na noite desta quarta-feira (21).
Segundo ele, os esforços não foram suficientes para voltar aos
limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
"É
bem possível que sim. Hoje, a expectativa é que a gente continue
acima do limite prudencial", declarou o governador. O relatório
de gestão fiscal, com análise do período entre setembro de 2015 e
agosto desse ano, deve ser divulgado na próxima semana.
Se
a previsão for confirmada, o governo do DF completará dois anos sob
restrições. Durante todo esse período, o Palácio do Buriti
ultrapassou o teto de gastos com pessoal previsto pela LRF. As
"medidas de austeridade" adotadas desde 2015 incluíram
corte de secretarias, redução de cargos comissionados, aumento de
impostos e reajuste nas tarifas de ônibus e do Metrô.
Ao
descumprir a limitação da LRF, o governo fica impedido de contratar
funcionários, conceder aumentos, criar cargo de qualquer natureza,
alterar carreiras aumentando a despesa ou contratar horas extras fora
da área de Saúde pelos próximos 120 dias.
Sem
limites
Em
agosto de 2015, o governo do DF atingiu o pico de comprometimento dos
gastos, usando 51% de toda a receita corrente líquida para pagar
salários. A LRF estabelece um percentual de alerta (45%), um limite
prudencial (46,55%) e um limite máximo (49%).
Se
o máximo for ultrapassado por dois relatórios seguidos (oito
meses), o governo fica impedido de receber transferências e pegar
empréstimos. O governo conseguiu se enquadrar no limite prudencial
nos quatro meses seguintes, "desligando" a contagem
regressiva.
O
cálculo da LRF não leva em conta o Fundo Constitucional, que a
União repassa ao GDF para cobrir os salários da segurança pública
e alguns investimentos em saúde e educação. O chefe da Casa Civil,
Sérgio Sampaio, afirmou em
2015 que a análise desses gastos tornava
o quadro "ainda mais crítico".
"Quando
a gente fala em atingir 50%, 51% da receita, a gente não está
considerando os recursos advindos do Fundo Constitucional. Se nós
juntarmos a arrecadação própria com esse fundo, estamos chegando
próximo a 80% de comprometimento, o que é inédito em termos de
qualquer unidade da Federação", disse, à época.
Sem
verba
Em agosto deste ano, Sampaio afirmou que o GDF segue gastando 81% de tudo que entra no caixa para honrar salários. Naquele momento, segundo ele, o Buriti identificava um rombo de R$ 1 bilhão para fechar o ano.
Em agosto deste ano, Sampaio afirmou que o GDF segue gastando 81% de tudo que entra no caixa para honrar salários. Naquele momento, segundo ele, o Buriti identificava um rombo de R$ 1 bilhão para fechar o ano.
O
montante não incluía, segundo Sampaio, o possível impacto de
reajustes aos servidores públicos. Em 2015, frente às limitações
da LRF, Rollemberg suspendeu o pagamento de todos os aumentos salariais que tinha sido negociado pelo ex-governador Agnelo Queiroz, escalonados até 2018.
Naquele
momento, o governo anunciou que pagaria esses reajustes no início de
2016. Um ano depois, até a noite desta quarta, o GDF não tinha
anunciado data para honrar os reajustes prometidos por Agnelo.
Fonte:
G1
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