Bombeiros
são vistos como heróis anônimos, guardiões da sociedade, anjos na
terra e tantas outras denominações carinhosas com as quais nos
batizam. Fazemos tudo que nos faz merecer essa consagração com
amor, altruísmo e abnegação da própria vida. Somos muito bem
treinados para isso. É quase impossível para qualquer um de nós
compreendermos o próprio heroísmo. Não há um que afirme: “Sim,
eu sou um herói!”. E isso não é modéstia. O passar de vezes
pelas mesmas situações, nos tornam incapazes de entender a própria
grandeza de nossa missão. É virtude. É trabalho. É impulso.
É treinamento. É missão. É nosso orgulho.
E
quando somos nós a precisar de ajuda? E quando o cansaço da rotina
nos deixa frágil e fraco. E quando chega o dia em que não
aguentamos mais passar pelas mesmas coisas, todos os dias. É difícil
permanecer herói. Em alguns setores mais atuantes como os de
Emergência Médica, é extenuante a rotina do bombeiro, é nessa
hora que o verdadeiro espirito do heroísmo surge, é quando ele
passa a pensar mais nos outros que em si mesmo, passa a ter mais
preocupação com sua missão do que com sua própria saúde, com sua
própria vida. Quando não existe um programa ou não existe
uma estrutura adequada e suficiente a ponto de, preventivamente,
tirá-lo da rua, tirá-lo da situação que, outrora prazerosa, agora
é martírio, essa rotina se torna um fardo.
Somos
militares, não podemos desobedecer a ordens, então mesmo exaustos
daquilo, acabamos trabalhando e tentando sempre fazer o melhor.
Calamos a dor e fazemos do silêncio o nosso tratamento individual.
Expor o que talvez possa ser visto como frescura não é uma opção.
Se acumulam os problemas externos ao trabalho, familiares,
financeiros, emocionais…É quando o herói grita e ninguém ouve. É
quando se interioriza o problema por não ver solução, é quando o
problema vira doença.
Depressão
e síndrome do pânico, nos últimos tempos tem acometido um número
crescente de militares, se multiplicam e são cada vez mais comuns as
ocorrências. Bombeiro não é máquina. Não somos de ferro. Ser
humano nenhum é. Mas muitos acham que são e não admitem a
existência de problemas emocionais e não pedem ajuda, nem mesmo
para a própria família. É difícil e heroica a missão de
permanecer um herói. Para muitos, infelizmente, foi impossível.
Um
quantitativo expressivo de profissionais de segurança pública já
se auto lesionou fatalmente, desistiu, não suportou. Com tudo isso
se faz necessário com que todos compreendam o que é DEPRESSÃO.
Depressão não é frescura, não é fraqueza, não é tristeza, não
é falta de Deus, é DOENÇA e por isso se faz urgente que haja
políticas internas que façam com que os nossos profissionais
(médicos, psicólogos, etc) possam ir aos locais de trabalho,
promovendo preventivamente seminários, cartilhas, sites, vídeos e
toda a sorte de meios que promovam a divulgação sobre o assunto,
que façam com que a pessoa que se ache acometida por esse mal
procure ajuda, para que os amigos que estão com ele na rotina de
trabalho saibam ajudar. É preciso que se promovam meios para quando
um Herói sinta a necessidade de gritar (silenciosamente) por
socorro, ele seja ouvido por todos nós.
In
Memoriam Sargento Góes Filho, que não seja em vão!
Vidas
Alheias e Riquezas Salvar!
#depressaomata
#vidadebombeiro
#cbmdf
#bombeirosDF
Palavras
do Sub Ten Cleônio Dourado do CBMDF
4 Comentários
Sou o Saulo Marinho, Irmão do Goes Filho.
ResponderExcluirSub Ten Cleônio Dourado do CBMDF, quero AGRADECER de Coração pelas suas Palavras!!!
O Cadinho era um Homem da qual Ninguém vai esquecer!
Sou o Saulo Marinho, irmão do Góes Filho.
ResponderExcluirSub Ten Cleônio Dourado, quero AGRADECER de Coração pelas suas palavras!!!
Meu irmão será Amado e Lembrado Sempre!!!
Espero que esse acontecimento trágico faça com que o Governo e o CBMDF perceba a urgência de disponibilizar psicólogos para atendimento emergencial em cada quartel do DF. A burocracia é muita para pedir e conseguir ajuda.
ResponderExcluirQue triste, parecia ser uma ótima pessoa, tenho certeza que fará falta.
ResponderExcluirObrigado pela sugestão.