José
Goudim Carneiro, um maranhense de 61 anos, morador do Sol Nascente,
apontada como a maior favela do DF, e a segunda maior do país, faz
campanha com pés no chão, no corpo-a-corpo, e acredita que a união
de pequenos partidos pode fazer a diferença o elegendo governador em
2018. O pré-candidato, que surgiu do povo, incomoda os profissionais
da política brasiliense
Por
Toni Duarte
Enquanto
a elite política de Brasília só chega aos grotões do DF no
período eleitoral, ele mora lá, cuida da população pobre sem
assistência médica, sem saneamento, sem escolas ou creches e que
tem os seus filhos, muito cedo, empurrados para a criminalidade.
“Eu
sou a esperança de uma vida melhor para as comunidades
esquecidas e tratadas como senzalas pelo Estado, bem como a
opção de uma sociedade cansada de ser enganada e massacrada com
altos impostos por uma elite política viciada e que transformou o DF
em um feudo”, disse Goudim ao Radar durante uma confraternização
organizada por lideranças do Senadinho da Boca do Povo, no Jardim
botânico, no último sábado.
“O
que vocês fazem aqui no Senadinho, quando criticam duramente um
governo e políticos sem compromissos, revela o real sentimento de
uma população que não se sente representada nem no legislativo,
nem no executivo e muitas vezes no judiciário”, ressaltou.
Goudim
disse que os poderes que formam a base do Estado, estão cada vez
mais afastados da sociedade contribuinte e que as eleições
majoritárias e proporcionais que ocorrem de quatro em quatro anos “é
a única oportunidade de mudar as casas legislativas, o presidente da
República ou governantes incompetentes como os de Brasília”.
“Nas
eleições do próximo ano, vários nomes já estão postos na
corrida pelo Buriti. São os mesmos de sempre. Quem não tem mandato
agora já teve e faz da política a sua profissão”, apontou.
Goudim que disputou uma cadeira da Câmara Legislativa em 2014,
fazendo a campanha em cima de uma carroça, mas ficou na suplência.
É
inquestionável a liderança política de Goudim surgida em uma
comunidade com mais de 110 mil habitantes, a maioria formada por
maranhenses, piauienses, cearenses, baianos, alagoanos, paraibanos,
sergipanos, e norte-rio-grandense.
“O
Sol Nascente é o Nordeste brasileiro dentro do Distrito Federal .
Aqui me sinto em casa apesar da nossa comunidade ser vítima da
enganação política e ignorada pelo Estado. Mas isso pode mudar”,
afirma José Goudim.
Em
uma recente pesquisa publicada pela Codeplan, mais de 16 mil pessoas
que moram na comunidade possuem idade de 10 a 18 anos. O número é
equivalente a 18% do total de habitantes. Desses, mais 1,7 mil são
analfabetos.
A
situação ainda é mais alarmante quando se trata de crianças de
até seis anos: São mais de 6,3 mil que estão fora da escola. Os
dados apontam que a população jovem que vive no Sol Nascente não é
instruída, menos de 2% possui o ensino superior completo.
No
Sol Nascente não há um posto de saúde para tratar da população
enferma. “Aqui o braço do Estado nunca chega a não ser em período
de eleição como algumas obras paliativas feitas no pinga-pinga como
agora pelo governo Rollemberg”, aponta Goudim.
Ceilândia,
cidade onde se localiza a comunidade Sol Nascente é a continuação
do esquecimento governamental. Na região habita mais de 500 mil
pessoas que perderam a fé nos políticos de carteirinha como
Maria de Lourdes Abadia (PSDB), Luzia de Paula (PSB), Chico Vigilante
(PT) e Rogério Rosso (PSD).
“O
povo do DF está farto da política de camaleão que muda de cor de
acordo com a conveniência do momento, ou então para resolver coisas
do seu interesse olhando para o seu umbigo. Rollemberg é um desses
camaleões do cerrado que se tornou vítima de sua
própria incompetência”, afirma Goudim.
Fonte: Radar DF
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