Por Alessandra Modzeleski e Fernanda Vivas,
Projeto
de lei permite a integração de informações de inteligência entre
governo federal e estados. Com aprovação dos deputados, texto segue
agora para análise do Senado.
Câmara
dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) o projeto de lei que
cria o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). A proposta prevê
a atuação conjunta e coordenada da União, estados, Distrito
Federal e municípios no setor.
O
projeto aprovado determina que serão membros do SUSP:
-
Polícia Federal;
-
Polícia Rodoviária Federal;
-
polícias civis;
-
polícias militares;
-
corpos de bombeiros militares;
-
guardas municipais;
-
agentes penitenciários;
-
e peritos.
Na
prática, as instituições integrantes do SUSP poderão atuar em
operações combinadas e compartilhar informações. A proposta prevê
ainda que os registros de ocorrência e as investigações serão
padronizados e deverão ser aceitos por todos os membros do SUSP.
O
SUSP será coordenado pelo Ministério de Segurança Pública. A
pasta deverá implementar ações, como apoiar programas de
modernização e aparelhamento dos órgãos de Segurança Pública e
Defesa Social.
Principais
pontos do Sistema:
-
Operações combinadas, planejadas e desencadeadas em equipe;
-
estratégias comuns para atuação na prevenção e controle qualificado de infrações penais;
-
aceitação mútua dos registros de ocorrências e dos procedimentos apuratórios;
-
compartilhamento de informações;
-
intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos.
Durante
a análise do texto, os parlamentares aceitaram retirar uma emenda
que ampliava a atribuição de preservar o local do crime para todos
os membros do SUSP.
Segundo
os deputados, o trecho foi retirado do texto-base porque, atualmente,
a lei prevê que a tarefa é responsabilidade da Polícia Civil.
Plano
de Segurança
O
projeto de lei também estabelece que a União devera instituir um
Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, que deverá:
definir metas aos órgãos do SUSP; avaliar resultado das polícias
de segurança pública; priorizar e elaborar ações preventivas.
O
plano terá duração de dez anos e os estados e o Distrito Federal
deverão implantar as ações em dois anos a partir da publicação
do documento nacional.
Divergência
Durante
a sessão, os partidos da oposição estiveram em obstrução. O
grupo de parlamentares não registrou presença e apresentou
requerimentos para atrasar a votação.
Os
deputados da minoria alegaram que o projeto não resolve o problema
da segurança pública e se disseram contrários à adesão dos
agentes socioeducativos, responsáveis pela ressocialização de
adolescentes infratores, no SUSP.
“Os
programas socioeducativos são para socializar o jovem novamente. Ele
não é preso, é apreendido, por isso não deve ter as informações
compartilhadas. A política que o relator faz é da bancada da bala,
é a política da redução da maioridade penal”, afirmou Ivan
Valente (PSOL-SP).
Após
negociação com a minoria, o relator, Alberto Fraga (DEM-DF),
retirou os agentes socioeducativos de um trecho do texto. No entanto,
a minoria apontou que a expressão continua em outros pontos do
documento, o que, na prática, manteve a categoria na SUSP
“Será
somente compartilhamento de informações. Se o adolescente for um
assassino, a polícia civil, a polícia militar não vai ter como
saber? Não acho certo”, argumentou Fraga.
O
trecho que mantém a categoria no SUSP, no entanto, foi mantido pelos
deputados. Os parlamentares da minoria afirmam que conversarão com
senadores para que os agentes socioeducativos sejam retirados durante
a análise na outra Casa.
Fonte: G1
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