Por Marta
Nobre
Na ciranda política que
ganha novas matizes, muitos encontros entre pré-candidatos revelam
que 2018 pode trazer surpresas. Nesta segunda-feira, 16, a
ex-deputada Eliana Pedrosa (Pros) recebeu o general Paulo Chagas
(PRP) para uma conversa sobre o cenário do Distrito Federal. Entre
eles, uma certeza: o eleitorado vai escolher o próximo governador
observando a capacidade de comandar a máquina administrativa. E um
nome limpo, claro.
Os dois firmaram uma espécie
de pacto em defesa de Brasília. Vão seguir na campanha em caminhos
paralelos até o Palácio do Buriti, dentro do que a legislação
eleitoral permitir. Mas admitem que algo pode mudar na hora de chegar
à porta. Governador (a) e vice, por exemplo. Ou unirem as forças
num eventual segundo turno.
Enquetes revelam que o
sentimento da população é o de abandono, de que Rodrigo Rollemberg
não exerce o seu papel de governador e de que Brasília perdeu o
rumo. Nesse quesito os dois são professores. São candidatíssimos
ao governo. Costuram alianças fortes e deixam janelas abertas para
compor com outras forças políticas. Na conversa não se falou em
vice. Mas cada um já tem eventual candidato ao Senado. Do lado de
Eliana, dona Weslian Roriz. Por sua vez, Paulo Chagas abraça o nome
de Fadi Faraj.
A reunião, regada a água
mineral, café e biscoitos caseiros, foi na residência de Eliana,
no Lago Sul. A anfitriã é reconhecida como uma empresária austera
e competente. Habituada a comandar um exército privado com milhares
de funcionários em suas empresas – das quais está afastada -,
Eliana é direta e clara em seus posicionamentos. Tem a
personalidade ungida pelo trabalho e é uma profissional
disciplinada, de personalidade e comportamento quase militar,
segundo opinião de pessoas próximas.
De outro, o general
pré-candidato acredita que o Distrito Federal não quer um
comandante frouxo, que não use a lei como ferramenta administrativa.
Na sua avaliação e de seus aliados, não adianta apresentar nomes
que não estejam enquadrados na Lei da Ficha Limpa. Na opinião dele,
o eleitor aguarda algo mais, alguém que imponha um regime de
trabalho em todas as áreas hoje desassistidas. Esse raciocínio é
compartilhado por Eliana.
A ex-deputada elogiou o
trabalho do seu (ainda) concorrente na corrida ao Buriti, que é
manchete nacional e que sabe usar muito bem as redes sociais. Paulo
Chagas, não raramente, atinge próximo de 200 mil compartilhamentos
em seus artigos quando critica e aponta desmandos na esfera dos
poderes federais. Seu último embate foi com o ministro do STF Gilmar
Mendes. Sua equipe reconhece no general uma personalidade leve e
muito equilibrada, mas pontual e rígida quando algo está errado.
Nada muito diferente do que
pensa Eliana Pedrosa, que comanda sua trajetória profissional,
empresarial e política com a mesma disciplina. O encontro deixa a
marca emblemática de que os semelhantes se atraem, sim, quando o
objetivo é vencer uma guerra minada por velhos políticos.
Muito tempo ainda há até
as eleições, quando o brasiliense saberá qual dos dois generais,
de armas distintas, vai ocupar a principal cadeira do Executivo
local. Na noite desta terça-feira, 17, o general Paulo Chagas será
recebido em evento promovido pelo Movimento Comando Geral Brasília,
quando será lançada a sua pré-candidatura. Logo, logo será a vez
de Eliana apresentar sua pré-candidatura.
Os próximos episódios da
batalha pelo Palácio do Buriti prometem mexer com o eleitor. Ao se
despedirem ao término de duas horas de conversas, ficou claro para
os presentes que Eliana Pedrosa e Paulo Chagas são a simpatia em
pessoa. Não aceitam, porém, que pisem no calo deles.
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