Quantidade de famílias
atendidas pelo pagamento caiu para pouco mais de 31 mil
Pagamento amplamente criticado
pelo presidente Jair Bolsonaro, o auxílio-reclusão recuou para a
menor cobertura desde 2010, quando foram distribuídos 29,5 mil
benefícios. Numa das primeiras medidas do governo, o presidente
endureceu as regras para ter acesso a esse benefício. Com isso, a
quantidade de auxílios caiu de 45,4 mil, em 2018, para 31,7 mil no
primeiro ano da gestão do novo mandatário.
Segundo dados do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social), a despesa mensal com auxílio-reclusão
caiu de R$ 46,7 milhões para R$ 34,3 milhões entre 2018 e o ano
passado. Atualmente, o valor médio do auxílio-reclusão é de R$
1.079,74.
Desde janeiro do ano passado,
passou a ser exigido um período de 24 meses de contribuições ao
INSS para que os familiares do presidiário recebam o dinheiro. Antes
não havia carência, bastava ter contribuído uma vez. Além disso,
Bolsonaro determinou que o auxílio-reclusão seja pago apenas a
dependentes de quem está em regime fechado, e não mais para o preso
em regime semiaberto.
O governo diz que o sistema de
seguridade social não pode ser visto como uma política de segurança
pública e defende que as alterações tornaram o processo de
concessão do benefício mais criterioso. Um dos argumentos é que
praticamente todos benefícios do INSS exigiam carência, o que não
havia para o auxílio-reclusão.
A equipe econômica defende que
a mudança foi para coibir fraudes e tornar o benefício sustentável,
pois, antes, com apenas uma contribuição ao INSS, o presidiário
poderia deixar um auxílio a dependentes por muito tempo. Durante a
reforma da Previdência, o time do ministro Paulo Guedes (Economia)
propôs uma limitação ainda maior ao auxílio-reclusão.
A proposta era que somente quem
ganhasse até um salário mínimo poderia deixar o benefício para os
dependentes. Atualmente, esse teto é de aproximadamente R$ 1,4 mil.
O Congresso derrubou essa ideia ao analisar a PEC (Proposta de Emenda
à Constituição) da reforma da Previdência, mas aprovou a MP
(medida provisória), de janeiro do ano passado, que criou a carência
para ter acesso ao benefício.
*Folhapress
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