Por Leonardo Trielli
O porta-voz do Talibã no Catar, Suhail Shaheen, elogiou o Partido Comunista Chinês e seu papel na tomada de poder do Afeganistão, em entrevista à mídia estatal chinesa na última quinta-feira (19).
Shaheen disse que o Talibã e o PCCh estão em contato há muito tempo e afirmou que a China poderá desempenhar “um papel importante na reconstrução do Afeganistão”.
“[Beijing] nomeou um enviado especial ao Afeganistão, com quem mantivemos contatos regulares”, disse ele.
A entrevista ocorreu depois que o Talibã assumiu o controle do país semanas antes da data prevista para a retirada das forças americanas da região. Desde a tomada do poder, o regime chinês abraçou o novo governo afegão e aproveitou a retirada caótica dos EUA para fins de propaganda.
Embora a China não tenha se envolvido em nenhum dos conflitos do Afeganistão no século passado, um relatório do Population Research Institute, de setembro de 2001, afirma que o PCCh tem apoiado o Talibã com armas e tecnologia.
Segundo este relatório, a Huawei, maior empresa de telecomunicações da China, teria contribuído na construção de redes de telecomunicações para o Talibã, que apoiou Osama bin Laden e seus ataques terroristas contra os Estados Unidos. A Huawei nega a alegação.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se encontrou com líderes do Talibã em 28 de julho (foto). Durante a reunião, o Talibã garantiu a Beijing que não abrigaria terroristas que pudessem atacar a região de Xinjiang, no extremo oeste da China.
Desde que o Talibã assumiu o controle do Afeganistão, a China declarou sua disposição de estabelecer “laços amigáveis” com o grupo, embora ainda não o tenha reconhecido formalmente.
“A China respeita a intenção e a escolha do povo afegão. A China manterá contato e comunicação com o Talibã afegão”, disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, em 16 de agosto.
Ao mesmo tempo, o PCCh e sua mídia estatal saudaram a ascensão do Talibã e exultaram a “derrota” americana no Afeganistão.
“[Os Estados Unidos] de fato são muito parecidos com um ‘tigre de papel’”, comentou Xinhua. Ele zombou dos Estados Unidos dizendo que o fracasso da democracia no Afeganistão mostra o quanto os americanos são fracos, e afirmou que a China controlava rigidamente sua fronteira.
Com informações de Epoch Times
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