Governadora em exercício Celina Leão destacou necessidade de investimentos em políticas públicas para mulheres em evento na CLDF
No encerramento das atividades do Agosto Lilás, mês voltado para o combate à violência contra a mulher, a governadora em exercício Celina Leão destacou as ações do GDF em prol do público feminino, entre elas a pioneira criação de um auxílio financeiro a órfãos do feminicídio.
A fala ocorreu nesta segunda-feira (28) na própria Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), onde o Projeto de Lei 549/2023 foi aprovado e permitiu a criação do programa Acolher Eles e Elas. O projeto agora aguarda a sanção e regulamentação pelo GDF.
“Políticas públicas para mulheres precisam de recursos, sim. Seremos a primeira unidade da federação do país que aprova e repassa essa distribuição de renda direta a órfãos do feminicídio. Em menos de dez dias essa Casa aprovou o Projeto de Lei e teremos a honra de sancionar a lei e a Secretaria da Mulher de regulamentar”, destacou Celina Leão.
Para ter acesso ao benefício é preciso observar os seguintes requisitos: ter ficado órfão em decorrência de feminicídio; ser menor de 18 anos ou estar em situação de vulnerabilidade até os 21 anos; residir no DF por, no mínimo, dois anos; e comprovar estar em situação de vulnerabilidade econômica.
“Nós não queríamos perder nenhuma mãe, mas o mal da feminicídio ele permanece, então o Estado tem que amenizar esse sofrimento para quebrarmos o ciclo da violência. Além do recurso financeiro, também tem esse apoio psicológico. É o mínimo que o Estado pode fazer para cessar esse mal”, pontuou a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, pasta responsável por regulamentar o projeto de auxílio do GDF.
Durante o evento “Mulheres em si: pela valorização de meninas e mulheres do Distrito Federal na CLDF, a governadora em exercício também determinou que a Secretaria de Educação regulamente, no DF, a Lei Federal 14.164/2021, que institui a Semana de Combate à Violência contra a Mulher em todo o Brasil, onde as instituições de educação infantil e ensinos fundamental e médio devem abordar conteúdos sobre o enfrentamento à violência contra a mulher.
Ela ainda sugeriu ao presidente da CLDF, deputado Wellington Luiz, criar uma lei distrital que obrigue todos os cursos de formação de policiais a ter um capítulo que trate da questão de proteção da mulher e do combate à violência.
“Não poderia deixar de dar visibilidade a essa pauta. Tem muita coisa boa sendo feita, mas isso precisa ser enxergado. É importante a Secretaria de Educação abrace essa pauta, mas abraçar mesmo. A percepção dessa violência num país tão machista como o nosso passa despercebido, passa uma fala, num comportamento abusivo e termina num feminicídio”, acrescentou Celina Leão.
Na educação o tema também está presente. Em 14 edições do Maria da Penha vai à Escola (MPVE), mais de 1,2 mil educadores foram capacitados no curso promovido em parceria entre a Secretaria de Educação e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). A Secretaria de Educação ainda se comprometeu a incluir nos componentes curriculares questões de combate à violência.
“É na escola que essa questão precisa ser trabalhada desde a primeira infância. A nossa rede tem um um trabalho na Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape), que é o programa Maria da Penha Vai à Escola. Trabalhamos todo esse ciclo que envolve a violência de gênero e como evitar que a criança cresça sendo um agressor. Pela primeira vez, colocamos no último edital de contratação temporária que a formação será obrigatória para os educadores”, afirmou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá.
Os números do país reforçam a importância de eventos como o da CLDF. A cada dois minutos, uma mulher é agredida no país, e a cada sete horas uma é morta por um parceiro ou ex-parceiro. Esses números alarmantes e o fato de o Brasil ser o 5º colocado no ranking mundial do feminicídio têm levado gestores públicos em todo o país a adotar ações efetivas para prevenir e combater essa violência.
Agosto Lilás
O Agosto Lilás é uma campanha que faz referência ao aniversário da Lei Maria da Penha, instituída pela Lei nº 11.340 (de 7 de agosto de 2006), que em 2023 completou 17 anos.
No GDF, a campanha é coordenada pela Secretaria da Mulher, com foco na conscientização da sociedade sobre a necessidade do fim da violência contra a mulher.
Durante todo o mês de agosto, a campanha tem reunido parceiros governamentais e não governamentais com a promoção de palestras, caminhadas, encontros, distribuição de material informativo e ações de mobilização e diálogos.
Essas ações têm ocorrido em diversos espaços, desde o Congresso Nacional até escolas, do Parque da Cidade a estações de metrô.
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