Parceria reforça elo do governo brasileiro com a ditadura chinesa
O Partido dos Trabalhadores e o Partido Comunista da China (PCC) assinaram, na quarta-feira 20, o “Acordo de Entendimento sobre o Intercâmbio e a Cooperação” entre as duas organizações partidárias, durante evento realizado na sede nacional do PT, em Brasília.
A assinatura do acordo, na prática, configurou o elo formal de um partido brasileiro, o mesmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o governo chinês, já que, desde 1993, o secretário-geral do Partido Comunista necessariamente é o presidente daquele país.
Na opinião do professor Márcio Coimbra, presidente do Instituto Monitor da Democracia, há uma afinidade ideológica entre o PT e o PCCh, apesar de ambos partidos terem uma origem distinta e terem tomado caminhos diferentes.
Coimbra. “Cada um seguiu um caminho, mas têm o mesmo DNA. O PT não vê problema em conversar com um país antidemocrático, assim como não vê em conversar com a Rússia, que tem as mesmas características: é uma autocracia. Já China é ditatorial, todos têm a mesma essência, todos dialogam entre si.”
O encontro entre dirigentes petistas e representantes chineses foi coordenado pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e por Li Xi, membro do Comitê Permanente do Politburo do Comitê Central e secretário da Comissão Central da Inspeção Disciplinar do PCCh.
Coimbra ressalta que o PT não é o único partido a ter se aproximado do PCCh. O professor destaca que o projeto de governo chinês é ganhar influência junto a forças que comandam os países, para ampliar seu alcance e mercados.
“É uma prática do governo da China, com todos os partidos que estão no pode”, disse Coimbra. “O governo chinês realiza esse tipo de aliciamento, digamos assim, para se aproximar do poder e depois, claro, a China tem seus próprios interesses.”
O professor acrescentou que os chineses se põem “em uma condição privilegiada, para atingir seus interesses dentro dos outros países”.
Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2022 mostra que, por trás da ampliação de mercados e das alianças pelo mundo, a tortura e a opressão vêm aumentando na China.
“Padrões de tortura ou maus-tratos, incluindo tratamento médico forçado e condições adversas de detenção, são críveis, assim como as alegações de incidentes individuais de violência sexual e de gênero”, diz o documento.
O relatório ressaltou que a dimensão das detenções arbitrárias contra a população uigur ocorreno contexto de “restrições e privações mais gerais de direitos fundamentais, usufruídos.
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