O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o grupo Hamas como "terrorista" pela primeira vez desde que começou o conflito entre Israel e o enclave palestino, na sexta-feira (20).
Em sua primeira aparição pública desde a cirurgia de 29 de setembro, Lula disse que a reação de Israel ao Hamas foi "insana".
"Hoje, quando o Bolsa Família completa 20 anos, fico lembrando que 1,5 mil crianças já morreram na Faixa de Gaza", disse Lula. "Crianças que não pediram que o Hamas fizesse aquele ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel. Mas também não pediram para que Israel reagisse de forma insana e matasse eles."
O governo Lula havia evitado chamar o Hamas de "terrorista" desde o início do conflito. Em um comunicado emitido há alguns dias, o governo explicou que o Brasil, como membro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), deve seguir as regras e as resoluções do grupo.
"O Conselho de Segurança mantém listas de indivíduos e entidades qualificados como terroristas, contra os quais se aplicam sanções", informou o governo. "Estão incluídos o Estado Islâmico e a Al-Qaeda, além de grupos menos conhecidos do grande público."
A mudança de postura do governo Lula foi criticada por alguns setores, que acusam o presidente de estar cedendo à pressão do Hamas. Outros, no entanto, defendem a posição de Lula, argumentando que ele está apenas refletindo a opinião da maioria da população brasileira.
Reações
A declaração de Lula foi recebida com críticas por parte do governo israelense. O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, disse que Lula está "defendendo os terroristas que mataram crianças israelenses".
O Hamas, por sua vez, elogiou a declaração de Lula, dizendo que ela é "um passo na direção certa".
No Brasil, a declaração de Lula foi recebida com apoio por parte da oposição. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que Lula está "certo em condenar o terrorismo".
Cenário
O conflito entre Israel e o Hamas começou em 10 de maio, quando o grupo palestino lançou foguetes contra o território israelense. Israel respondeu com ataques aéreos contra a Faixa de Gaza.
O conflito já deixou mais de 250 mortos, incluindo mais de 100 crianças.
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