Os áudios foram divulgados na noite desta quinta-feira (21) e são atribuídos ao ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid
Áudios atribuídos ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, foram divulgados pela revista Veja, na quinta-feira (21).
Na gravação que acontece durante uma conversa ocorrida após o dia 11 de março, Cid diz a um interlocutor que tem sido pressionado a fazer delações sobre seu ex-superior e expressa críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, sugerindo que o magistrado detém poderes amplos para ordenar prisões e libertações conforme sua vontade.
Leia na íntegra as transcrições dos áudios:
“Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu."
“Não vai adiantar. Não adianta. Você pode falar o que você quiser. Eu vi isso ontem. Eles não aceitavam e discutiam, que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo."
“Eles já estão com a narrativa pronta, eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E toda vez eles falavam: ‘Olha, a sua colaboração está muito boa’. Tipo assim, ele até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por 9 negócios de vacina, 9 tentativas de falsificação de vacina, vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá. Só essa brincadeira são 30 anos pra você’."
“Eu vou dizer pelo que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar. E eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem."
“Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo, a lei é eles. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação."
“Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de prisão]. Porque eu estou em vacina, eu estou em joia”.
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