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Lula classifica bebês frutos de estupros como "monstros" em entrevista


"Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina?”, disse o petista.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à rádio CBN nesta terça-feira (18), ao falar novamente sobre o PL 1904/2024, referiu-se aos bebês gerados por mulheres vítimas de estupros como “monstros”. O petista ainda afirmou retoricamente ser contra o assassinato intrauterino, mas defendeu que a temática deve ser tratada “como uma questão de saúde pública”, especialmente em casos de violência sexual envolvendo menores de idade.
Lula também fez ataques ao deputado Sóstenes Cavalcante, autor do PL 1904/2024, que visa punir o médico que realizar um aborto após 22 semanas de gestação com as mesmas penas aplicáveis ao homicídio. “Esse negócio de ficar discutindo aborto legal. Quem está abortando, na verdade, são meninas de 12, 13, 14 anos. É crime hediondo um cidadão estuprar uma menina de 10, 12 anos, e depois querer que ela tenha um filho. Um filho de um monstro”, afirmou.
Acontece que o petista não apenas classificou os estupradores como “monstros”, mas a própria criança gerada por meio de violência sexual. “Então é preciso de forma civilizada a gente discutir. As crianças estão sendo violentadas dentro de casa. Esse debate é um debate maduro que envolve a sociedade. Temos que respeitar as mulheres. Elas têm o direito de ter um comportamento diferente e não querer. Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina?”.
“Eu, Lula, sou contra o aborto. Para ficar bem claro. Agora, enquanto chefe de Estado, o aborto tem que ser tratado como uma questão de saúde pública, porque você não pode continuar permitindo que a madame vá fazer um aborto em Paris, e a coitada morra em casa tentando furar o útero com uma agulha de tricô (...). Acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior que o criminoso que fez o estupro. É, no mínimo, uma insanidade (...).Quando alguém apresenta uma proposta que a vítima tem que ser punida com mais rigor do que o estuprador, sinceramente, não é sério”, concluiu.
Em resposta, Sóstenes alegou que o presidente está “transformando uma discussão tão séria em um ataque pessoal”. “Quanto ao que você faria se minha filha fosse estuprada, deixe-me ser claro: um estuprador não é pai, uma criança não é mãe, e um bebê de 22 semanas não é descartável. O aborto não é a solução!”, disse. Por fim, o parlamentar argumentou que o intuito do projeto não é “punir vítimas, mas proteger a vida que já existe”. “É verdade que muitas meninas são violentadas dentro de casa, e isso é uma tragédia que deve ser combatida com rigor. Mas a resposta não pode ser a eliminação de uma vida inocente”.

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