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CPAC: Bolsonaro ignora indiciamento da PF e reclama de censura

Em discurso, o ex-presidente criticou a imprensa, principalmente a Globo, e o PT, chamado por ele de “partido do trambique”
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL; foto) participou neste sábado, 6 de junho, da abertura da CPAC, que acontece neste ano em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Em seu discurso, ele ignorou o indiciamento feito pela Polícia Federal no caso das joias sauditas.
Como noticiamos, o ex-chefe do Executivo foi indiciado sob suspeita dos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.
“A imprensa que me critica, a grande imprensa, mais uma vez estou à disposição de vocês, para duas horas ao vivo ser sabatinado sobre qualquer coisa”, disse, sem citar diretamente as investigações.
Em seu discurso, Bolsonaro afirmou ainda que “não tem ambição pelo poder” e, sim, “obsessão pelo Brasil”.
“Somos um país que tem tudo para ser destaque no mundo. Falta pouco, pouquíssima coisa, e tenho certeza que nós atingiremos juntos a esse objetivo”, acrescentou.
Bolsonaro também criticou o PT, chamado por ele de “partido do trambique”, e a imprensa, principalmente a Globo. “Se acham que vão me desgastar, as mídias sociais nos deram liberdade, por isso querem me censurar”, afirmou.
A CPAC é organizada pelo Instituto Conservador Liberal, presidido no Brasil pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
No domingo, o presidente da Argentina, Javier Milei, discursará no evento. 
A previsão é que o chefe do Executivo do país vizinho chegue a Balneário Camboriú na noite deste sábado.  O argentino se encontrará com Jair Bolsonaro, mas ignorará Lula durante a visita ao Brasil.
Relembre o caso das joias sauditas
As suspeitas vieram à tona em março de 2023, a partir de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo.
O jornal revelou que a Receita Federal reteve, em 2021, um estojo feminino com joias Chopard que teria sido enviado pelo governo da Arábia Saudita à primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No mesmo mês, a PF abriu um inquérito para apurar a movimentação das joias.
O estojo estava na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que havia voltado de uma viagem oficial à Arábia Saudita. O assessor não declarou os bens ao chegar ao Brasil.
Depois desse caso, a polícia passou a investigar também a movimentação de um kit masculino da Chopard (incluindo caneta, anel, abotoaduras, rosário árabe e relógio); dois relógios (um da marca suíça Rolex, acompanhado por joias, e outro da marca suíça Patek Philippe) e duas esculturas folheadas a ouro.
Em abril, Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid já haviam prestado depoimento à PF sobre as joias. Em 11 de agosto, em outra etapa da investigação, a PF conduziu a operação Lucas 12:2, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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