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"Greenwald divulga primeira matéria sobre conversas no WhatsApp entre assessores de Moraes e revela modus operandi"

 

É simplesmente BOMBÁSTICA a matéria assinada por Glenn Greenwald e Fabio Serapiao na Folha, sobre comunicações por Whats entre assessores do ministro Moraes. 
Segundo Greenwald, o conteúdo é proveniente de 6Gb de conversas de Whats recebida pelo jornalista, num aparente grupo mantido pelos servidores. Ele diz que a Folha obteve o material com fontes que tiveram acesso a dados de um telefone que contém as mensagens, não decorrendo de interceptação ilegal ou acesso hacker. 
Nessa primeira matéria, é exposto o caso do bloqueio de perfis nas redes sociais e de contas bancárias do jornalista Rodrigo Constantino, em vigência desde janeiro de 2023. 
Segundo a matéria, partiu do próprio gabinete do ministro Moraes a ordem para produzir um relatório no TSE que serviria como base para decisões num inquérito que corre no Supremo.
Da matéria: 
"A Folha teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes, entre eles o seu principal assessor no STF, que ocupa até hoje o posto de juiz instrutor (espécie de auxiliar de Moraes no gabinete), e outros integrantes da sua equipe no TSE e no Supremo. 
Em alguns momentos das conversas, assessores relataram irritação de Moraes com a demora no atendimento às suas ordens. ‘Vocês querem que eu faça o laudo?’, consta em uma das reproduções de falas do ministro. ‘Ele cismou. Quando ele cisma, é uma tragédia’, comentou um dos assessores. ‘Ele tá bravo agora’, disse outro. 
O maior volume de mensagens com pedidos informais – todas no WhatsApp – envolveu o juiz instrutor Airton Vieira, assessor mais próximo de Moraes no STF, e Eduardo Tagliaferro, um perito criminal que à época chefiava a AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE. 
Tagliaferro deixou o cargo no TSE em maio de 2023, após ser preso sob suspeita de violência doméstica contra a sua esposa, em Caieiras (SP). 
[...] 
Em nenhum dos casos aos quais a Folha teve acesso havia informação oficial de que esses relatórios tinham sido produzidos a pedido do ministro ou do seu gabinete do STF. Em alguns, aparecia que o relatório era ‘de ordem’ do juiz auxiliar do TSE. Em outros, uma denúncia anônima. 
As mensagens abrangem o período de agosto de 2022, já durante a campanha eleitoral, e maio de 2023.
 O conjunto de diálogos mostra ao menos duas dezenas de casos em que o gabinete de Moraes no STF solicita de maneira extraoficial a produção de relatórios pelo TSE. 
Ao menos parte desses documentos foi usada pelo ministro para embasar medidas criminais contra bolsonaristas, como cancelamento de passaportes, bloqueio de redes sociais e intimações para depoimento à Polícia Federal."

O CASO DE RODRIGO CONSTANTINO
Dois pedidos de monitoramento e produção de relatórios sobre postagens do jornalista Rodrigo Constantino, apoiador de Jair Bolsonaro, mostram como se dava a dinâmica. 
Um deles ocorreu em 28 de dezembro de 2022, a quatro dias da posse de Lula, quando, em tese, já não havia mais motivo para o TSE atuar. 
O juiz auxiliar do gabinete de Moraes no STF pergunta a Tagliaferro, do TSE, se ele pode falar. ‘Posso sim, posso sim, é por acaso [o caso] do Constantino?. 
Depois desse áudio, os dois iniciam uma conversa sobre um pedido de Moraes para fazer relatórios a partir de publicações das redes de Constantino e do também bolsonarista Paulo Figueiredo, ex-apresentador da Jovem Pan e neto do ex-presidente João Batista Figueiredo, o último da ditadura militar. 
À época, os dois entraram na mira de Moraes porque reverberaram em suas redes sociais ataques à lisura da eleição e a ministros do STF, além de incitar os militares contra o resultado das urnas. 
Depois de Tagliaferro (TSE) encaminhar uma primeira versão do relatório sobre Constantino, Airton Vieira (STF) manda prints de postagens do jornalista e cobra a alteração do documento para inclusão de mais manifestações. 
Pelas mensagens, fica claro que o pedido para produção do relatório partiu do próprio Moraes. 
"Quem mandou isso aí, exatamente agora, foi o ministro e mandou dizendo: vocês querem que eu faça o laudo? Ele tá assim, ele cismou com isso aí. Como ele está esses dias sem sessão, ele está com tempo para ficar procurando", diz Airton Vieira em áudio enviado a Tagliaferro às 23h59 daquele dia. 
"É melhor por [as postagens], alterar mais uma vez, aí satisfaz sua excelência", completa Vieira. 
O assessor do TSE então responde, já na madrugada do dia 29 de dezembro, e afirma que o conteúdo do relatório enviado anteriormente já seria suficiente, mas que iria alterar o documento e incluir as postagens indicadas por Moraes por meio do juiz instrutor.

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