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Arthur Lira teme perseguição fora da presidência e pede proteção a candidatos

Presidente da Câmara manteve, nos últimos dias, conversas com deputados que tentam sucedê-lo a partir do próximo ano
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), manteve nos últimos dias uma série de conversas para definir qual será o deputado que apoiará para ser o seu sucessor a partir de fevereiro de 2025. 
Lira está tocando pessoalmente as negociações sobre a disputa ao comando da Câmara, e busca eleger no posto um parlamentar indicado por ele, numa demonstração de força e influência sobre a maioria dos 513 deputados. 
Um dos motivos do esforço para alocar um nome de confiança no posto é o fato de Lira temer ser alvo de perseguição ao fim dos quatro anos de mandato. Esse sentimento foi expresso pelo próprio presidente aos três principais candidatos: Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Antônio Brito (PSD-BA). 
Nas conversas, Lira ressaltou que faria um único pedido aos postulantes: que, caso eles sejam eleitos, não o deixem ser alvo de uma “perseguição sem motivo”. “Se tiver alguma perseguição, vá para cima”, afirmou Lira ao trio. 
Ele ressaltou que, no cargo, acumula-se amigos, mas também inimigos, e disse que gostaria de receber o mesmo tratamento concedido aos deputados, entre eles o seu antecessor, Rodrigo Maia, contra quem, disse, jamais empreendeu qualquer tipo de ação.
Como se sabe, um presidente da Câmara acumula um enorme poder, tendo a prerrogativa, por exemplo, de dar andamento a projetos que podem constranger o Executivo ou o Judiciário e, ao mesmo tempo, travar pautas de interesse. 
Sinal de alerta Nos últimos dias, alguns movimentos acenderam o sinal de alerta e indicaram uma possível ação para atingir o presidente da Câmara. Nos corredores do Congresso, a ação do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a liberação das emendas parlamentares foi vista como uma forma de tirar o poder de Lira, que concentra nele os acordos para a distribuição de verbas aos redutos eleitorais. 
Além disso, o ministro Flávio Dino encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma lista de possíveis irregularidades envolvendo as verbas do chamado orçamento secreto. Entre elas, está a investigação de supostas fraudes na aquisição de kits de robótica para escolas de Alagoas – um braço-direito de Lira chegou a ser preso pela Polícia Federal no ano passado. 
O presidente da Câmara também vê uma investida política por trás de uma investigação sobre um suposto direcionamento de verbas públicas para a pavimentação do acesso a uma fazenda dele – Lira chegou a ingressar com uma ação no Conselho Nacional do Ministério Público contra um procurador de Alagoas.

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