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Câncer bucal é o oitavo tipo mais frequente no Brasil; saiba prevenir e diagnosticar a doença

Tabagismo, consumo elevado de bebida alcoólica e exposição à radiação solar e ao vírus HPV são fatores de risco; na rede pública, diagnóstico clínico é feito nos CEOs
Apesar de ainda pouco conhecido por grande parte da população, o câncer de boca já é o oitavo mais frequente no Brasil. Segundo os dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), até 2025, a previsão é de que mais de 15 mil pacientes sejam diagnosticados com a doença, sendo a maior prevalência em homens. No Distrito Federal, a estimativa é de que mais de 50 novos casos sejam identificados no período.
A doença costuma atingir pacientes fumantes crônicos a partir dos 45 anos, com maior prevalência entre os 50 anos e 60 anos. Além do tabagismo, o consumo excessivo de bebida alcoólica combinado com o cigarro, a exposição crônica à radiação solar e ao papilomavírus humano (HPV) são outros fatores de risco do câncer da cavidade oral.
“O maior fator de risco é o tabaco. Estudos mostram que mais de 90% dos pacientes com o carcinoma de células escamosas eram tabagistas crônicos. Por isso, é mais encontrado em homens, que consomem mais cigarro. Mas também temos identificado nos últimos dez anos um aumento também nas mulheres”, revela o estomatologista da Secretaria de Saúde (SES-DF) Eliziário Cesar Leitão.
Assim como outros tipos de carcinoma, o câncer bucal é identificado inicialmente pelo autoexame. São sintomas de alerta: lesões na cavidade oral, incluindo gengivas, bochechas, lábios, céu da boca e língua, que não cicatrizam por mais de 15 dias sem um fator causal aparente. Manchas ou placas vermelhas ou esbranquiçadas também são doenças da cavidade oral potencialmente malignas.
“Toda ferida na boca que não cicatriza merece atenção. A porta de entrada para a identificação é a unidade básica de saúde [UBS]”, explica Leitão. A partir do primeiro atendimento na UBS, o cidadão pode ser encaminhado para um dos Centros de Especialidade Odontológica (CEOs) do Distrito Federal para diagnóstico clínico e biópsia. Ao todo, o DF conta com 13, localizados nos hospitais do Gama, Santa Maria, Guará, Taguatinga, Ceilândia, Materno Infantil de Brasília, Leste e Sobradinho, na Unidade Mista de Saúde de Taguatinga, na Unidade Básica de Saúde 11 de Ceilândia, na Asa Sul e na Policlínica de Planaltina.
A partir do diagnóstico, o paciente é encaminhado para o tratamento, que consiste na cirurgia de retirada do carcinoma, normalmente seguida da radioterapia. O índice de óbito ainda é considerado alto de 43% a 45%. “O grande problema é o diagnóstico tardio. Muitas vezes quando o paciente procura o atendimento ele já está com um carcinoma com quatro centímetros. Por isso, é importante destacarmos dois tipos de prevenção: o abandono do cigarro e o autoexame. É preciso que as pessoas façam essa observação da boca”, comenta o estomatologista.
Conscientização
Instituída em 2015 pela Lei nº 13.230, a Semana Nacional de Prevenção ao Câncer Bucal é celebrada anualmente na primeira semana de novembro. O objetivo é estimular ações preventivas e campanhas educativas relacionadas à doença; promover debates e outros eventos sobre políticas públicas de atenção integral aos pacientes com câncer bucal; apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol do controle; e difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer bucal.

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