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Encurralado, Moraes vai pra cima das big techs e diz não ser "comunista"

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, voltou a criticar a atuação das big techs durante uma aula magna na Fundação Getulio Vargas (FGV), em Brasília, na última terça-feira (11). Durante sua fala, ele ironizou as acusações de que seria comunista. 
"A mentalidade das big techs retornou ao mercantilismo da Companhia das Índias Orientais, de 1600, abandonou qualquer pudor capitalista. E, diferentemente do que dizem, não sou comunista. Não é possível que acreditem nisso", declarou. 
Moraes já havia feito comentários sarcásticos sobre o tema no passado. No ano passado, durante um julgamento, ele brincou sobre o funcionamento dos algoritmos das redes sociais.
"Falei que queria comprar um carro vermelho e nunca mais parei de receber propaganda", disse, ironizando: 
"Obviamente, em virtude do meu comunismo, eu só consulto carro vermelho, gravata vermelha. Terno vermelho é meio cafona. Então, esse não". 
Na palestra, o ministro acusou as grandes empresas de tecnologia de priorizarem o lucro sem assumir responsabilidades. 
"Essas empresas perceberam que a União Europeia aprovou leis que os outros países vão aprovar. E a regulamentação vai começar. Esse é um perigo que venho alertando. Por enquanto, nós conseguimos manter nossa soberania, nossa jurisdição", afirmou. 
Moraes tem sido alvo de críticas por decisões que envolvem o controle de conteúdos em redes sociais. Nos Estados Unidos, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes intimou oito big techs para discutir supostas ordens de censura emitidas por governos estrangeiros. O presidente do comitê, Jim Jordan, mencionou diretamente o ministro brasileiro, acusando-o de expedir "ordens secretas e arbitrárias" para obrigar empresas a remover conteúdos sob pena de multas e bloqueios no Brasil. O comitê ainda aprovou um projeto de lei para impedir a entrada de Moraes nos EUA.
Durante sua fala, Moraes também acusou as plataformas digitais de manipularem informações. No mês passado, em uma aula magna na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), ele já havia criticado essas empresas, afirmando que "não são enviadas por Deus" e que promovem uma "lavagem cerebral" na população.

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