A Procuradoria-Geral da República (PGR) pode entrar em conflito direto com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após uma decisão judicial que suspendeu o processo de extradição do búlgaro Vasil Georgiev Vasilev, preso por tráfico internacional de drogas. A medida, considerada "absurda e ilegal" por críticos, pode levar a PGR a recorrer ao próprio STF para contestar a ordem de Moraes.
O caso ganhou repercussão após Moraes determinar a suspensão da extradição de Vasilev, acusado de transportar 52 kg de cocaína da Espanha para a Barcelona, onde entregou as drogas a um comparsa. Preso em Mato Grosso do Sul em fevereiro, o búlgaro teve sua extradição barrada e recebeu o direito à prisão domiciliar – decisão que gerou alerta na PGR.
Fontes próximas à Procuradoria avaliam que a medida pode facilitar a fuga do acusado, como ocorreu com o traficante brasileiro André do Rap, que escapou da Justiça após receber benefício semelhante. "Em prisão domiciliar, um narcotraficante internacional certamente vai fugir", afirmou um membro do Ministério Público, sob condição de anonimato.
Caso a PGR protocole o recurso, ele será analisado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin, além do próprio Moraes. No entanto, especialistas avaliam que o movimento pode ser tardio e inócuo, já que a decisão já foi tomada.
A decisão de Moraes também é vista como uma retaliação à Espanha, após o país negar a extradição do jornalista Oswaldo Eustáquio, acusado de crimes digitais no Brasil. O episódio acende o debate sobre o uso político do Judiciário e pode marcar mais um capítulo de tensão entre o ministro e a PGR.
Enquanto isso, a Espanha aguarda posicionamento oficial do Brasil, enquanto Vasilev permanece em liberdade vigiada – um cenário que preocupa autoridades envolvidas no combate ao narcotráfico internacional.
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