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Motta trava anistia a invasores do 8/01, mas dá trégua a deputado do PSOL acusado de agressão

Enquanto mantém resistência a qualquer discussão sobre anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), concedeu um acordo polêmico ao deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), acusado de agredir um militante do MBL. O parlamentar ganhou 60 dias para se defender antes da votação de cassação no plenário – um contraste que não passou despercebido no Congresso.
O duplo padrão na Câmara
Enquanto os mais de 1.400 indiciados pelos atos golpistas contra os Três Poderes enfrentam processos rigorosos no STF (alguns já condenados a até 17 anos de prisão), Braga recebeu um tratamento diferenciado após iniciar uma greve de fome. Motta anunciou no X (antigo Twitter) que o caso só será votado após 60 dias, prazo que o PSOL usará para tentar reverter o parecer favorável à cassação do Conselho de Ética.
O episódio que colocou Braga na mira ocorreu em abril de 2024, quando ele expulsou um ativista do MBL aos gritos, empurrões e chutes – tudo registrado em vídeo. O deputado também já havia sido acusado de agredir o colega Kim Kataguiri (União-SP) em 2022.
Enquanto o Supremo Tribunal Federal, sob relatoria de Alexandre de Moraes, mantém a linha dura contra os invasores de 2023 (com prisões e rejeição de habeas corpus), a Câmara dá sobrevida a Braga. O acordo foi fechado após pressão da bancada do PSOL e do PT, incluindo a líder Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
"É a velha política do dois pesos e duas medidas. Enquanto cidadãos comuns apodrecem na cadeia por protestos, um deputado que agride fisicamente adversários ganha tempo e regalias", criticou um deputado da oposição, sob anonimato.
Analistas avaliam que, mesmo com os 60 dias, a cassação de Braga é quase certa. O próprio Conselho de Ética considerou as agressões incompatíveis com o decoro parlamentar.
"Glauber colhe o que plantou. É um deputado agressivo e arrogante, que já deveria ter sido cassado há tempos", disparou um colega de parlamento.
Enquanto isso, familiares dos presos em 8 de janeiro seguem sem perspectiva de anistia – um silêncio que contrasta com a agilidade em atender às demandas do PSOL.

O que vem por aí?

  • Caso Glauber Braga: Os 60 dias serão usados para pressão política, mas a cassação parece inevitável.

  • 8 de Janeiro: Sem qualquer movimento no Congresso para anistia, os processos no STF seguem em ritmo acelerado.

O recado parece claro: na Câmara de Motta, alguns têm mais direitos que outros.


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